terça-feira, 27 de julho de 2010

Aventura no mato

Não, não é o que você está pensando.
Eu vim adiando este post por preguiça de escrever porque é uma história longa, mas como já adiei bastante vamos lá:
Os meus pais montaram uma sociedade com o meu padrinho e compraram uma chácara (não imaginem uma chácara que vocês já tenham ido, porque se imaginarem vão se lembrar de um lugar bonitinho, arrumado, etc; lá nós compramos e ainda não arrumamos, então têm uma meia-água, um laguinho/represa/poça superdesenvolvida e mato fechado).
Neste final de semana eu fui lá, comer um pouco, ver como era, procurar o jacaré (sim, lá tem um jacaré, minha irmã e meu padrinho decidiram criar ele, minha irmã falou que o nome vai ser Costelinha, apesar de não sabermos se é macho ou fêmea, mas para a infelicidade de vocês eu não achei ele), etc.
Então, como eu estava dizendo, não havia muita coisa para se fazer, mas próximo dali há um braço do mar, que é possível chegar perto passando atravéz do mato fechado, e meus tios foram até uma altura e voltaram, eu achei que também podia, aí eu fui.
Seguindo as instruções da minha mãe eu fui reto até encontrar uma cerca de arame farpado, assim que encontrei, virei à direita e acompanhei a cerca.
No começo foi simples, quase tudo terra, onde era barro afundava até a metade do pé e era fácil de achar lugares mais altos, a medida que fui seguindo o barro foi ficando cada vez mais fundo, enquanto estava na canela, ainda era fácil de me mover, porém vez ou outra eu encontrava uma arvore cheia de espinhos.
Conforme os lugares mais altos iam desaparecendo a lama ia afundando e se tornando mais lisa, quando eu já estava molhado até a cintura me lembrei que estava com o celular no bolso, ele foi imergido completamente na água, obviamente ele estragou.
Como a minha perda afundava completamente na lama e ela tomava a forma perfeita em volta dela, cada vez ficava mais difícil dar um passo, então eu buscava os lugares em que podia ficar acima da lama ou pelo menos afundar menos, constantemente eu tinha que me equilibrar em cima de galhos grandes para fazer isso. Como a lama era lisa e já havia impregnado nos meus tênis, eu frequentemente caia, sujando até o meu ombro de lama.
Neste momento eu já havia feito uma descoberta, a lama anula o efeito do repelente, e mosquitos adoram o gosto de lama. Mas eu continuei andando, em certo passo, quando eu puxei minha perna para fora da lama para andar mais um metro, o músculo da minha panturrilha esticou, eu senti comose fosse ter uma cãimbra ali mesmo, e eu sabia que isso ia ser um problema, porque eu sentia como se pudesse afundar ainda mais.
A partir daí eu decidi voltar, sempre acompanhando o arame farpado da cerca que, vez ou outra se escondia entre as plantas, depois de um momento em que o arame havia se escondido no mato eu acheik que estava muito longe dele e fui procurá-lo, saindo assim do meu caminho.
Em alguns momentos eu sentia como se meu tênis fosse ficar lá no barro, para falar a verdade, uma vez isso aconteceu, quando eu puxei o meu pé para fora o tênis ficou lá em baixo, assim eu pus o pé novamente no mesmo lugar e puxei ele para fora.
Como eu me desviei do meu caminho, comecei a seguir para o mesmo lado que eu estava indo, mas agora sem noção alguma se estava indo para o lado realmente certo ou não. Além de estar meio perdido, como em um passe de mágica, o número de árvores que tinham espinhos pareceu se multiplicar.
Eu continuei assim por mais um tempo, mas como não vi mudança alguma eu dei um grito, e ouvi resposta. Assim, neste ritmo de grita e grita respondendo, pedindo para eu cantar o hino Nacional e eu tentando (só soube uma parte, quando gritei perguntando como continuava ninguém soube responder) eu encontrei meu tio, meu padrinho e meu pai, que foram me buscar.
Depois de alguns minutos eu cheguei de volta na área aberta. no final das contas: me sujei inteiro, perdi um par de meias, estraguei o celular, quase perdi o óculos (ele caiu, mas eu achei de novo, mesmo sem enchergar XD), acabei todo cheio de picadas de insetos e arranhões de espinhos.
Tudo isso e nem consegui ver o braço do mar...
No final foi divertido.

Bônus: Frase dita pelo meu tio enquanto voltávamos:
_Lá eu não garanto nada, mas temos que te entregar vivo.

Infelizmente para vocês eu só quase me perdi, agora vão ter que me aguentar até minha próxima loucura (se não me amarrarem no pé da cama).

ps: eu não sei o que aconteceu com o jacaré, mas eu não vi ele, não vi nenhum animal para falar a verdade (além de mim).


Até a próxima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário